segunda-feira, 12 de abril de 2010

Diferente? Mesmo?!

Estive pensando sobre essa coisa de comportamento em grupo. Na verdade, estive reparando - ultimamente até demais - nos grupos por aí. Adolescentes, jovens, adultos... Você já reparou que as pessoas estão cada vez mais parecidas? Hoje no almoço, por exemplo, havia um grupo na mesa ao lado; você não sabia distinguir nem o sexo de cada um. Cabelos, tênis, roupas, formas de rir, piadas, caretas... Tudo era igual! E fiquei pensando... será que eles se encontraram por ser iguais, ou se "modificaram" para sê-lo?

Pois se há algo inquestionável é que ter amigos é essencial para a "sobrevivência". Na adolescência, multiplique-se isso por 10. Na vida adulta, ao que me parece, cada amigo representa um passo mais longe do abismo da depressão. Mas será que somos amigos por interesses em comum mesmo? Será que não nos omitimos, naturalmente, para nos encaixarmos num grupo que consideramos interessante?

Se isso for tido como verdade, podemos então pensar que não estamos olhando para pessoas quando as enxergamos, mas sim para um compartilhamento de características de várias pessoas; seria como pegar cinco pessoas, colocá-las no liquidificador e retirar outras cinco, misturadas e semelhantes. Afinal, "ser diferente" está muito fácil agora (se comparado a décadas atrás). Antes, você não tinha como ser diferente porque você nem sabia que isso era possível! Hoje, porém, você acorda e pensa que Hendrix é o cara mais legal do mundo; muda o cabelo, usa roupas diferentes, e a cópia está feita! Alguém gosta disso e resolve ser seu amigo; para isso, se omitirá do cabelo que gostava antes, comparará novas roupas, e passará a agir como você. E, assim, forma-se o grupo dos Handrix-like. Seguiu mais ou menos?!

Se não seguiu, tudo bem; são só pensamentos soltos que eu queria compartilhar. É que achei interessante pensar que poderíamos ser exatamente a pessoa que estamos julgando mal, que estamos tendo pré-conceito. Dificilmente nos olhamos de fora, pensando que, talvez, só talvez, seríamos pessoas bem diferentes se estivéssemos em outra realidade social, inserido em outro grupo.

A verdade é que perdemos a identidade; não sabemos mais como ser nós mesmos. Eu, pelo menos, preciso assumir: me tornei uma mistura de muitas das características que já li ou vi algo a respeito; e isso inclui músicos, milionários e empresários bem-sucedidos, familiares, amigos e até personagens de livros. Mas, afinal, já disseram outrora: a cópia é o melhor elogio. Eu copio mesmo! Abraços, e ponto.

4 comentários:

  1. Quer fazer parceiria de blogs??

    quadrinhosehnoiz.blogspot.com

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  2. Bah, boa sacada.

    Bom, mas uma coisa é incorporar características e trejeitos de forma natural. Outra coisa BEM diferente é mudar para se encaixar em um grupo - coisa que você não faz e nem faria, pelo que te conheço.
    Mas de fato, os emos da vida, os otakus da vida, os cosplayers da vida... muitas vezes acabam se anulando para caber no grupo. Em outras mais incomuns, realmente começam a usar aquelas roupas, falar daquele jeito... não porque querem fazer parte, mas porque gostam realmente e aí acabam incorporando as características, que é mais que natural.

    Abraços!

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  3. Então, Yara... será que não?! Será que não fazemos, mesmo que inconscientemente? Será que não deixamos de lado valores "que eram bobos mesmo", como falar ou não palavrões, falar mais solto ou mais formal, apoiar ou não os cotovelos na mesa... Até essa coisa de etiqueta; se todos reclamam de segui-la, então por que todos o fazem?! Concordo que com os emos da vida (hehe) isso fique mais explícito... mas tenho dúvidas sobre nós mesmos...

    Agora, concordo quando você fala de incorporar porque gostam mesmo; acho até bem honesto fazer isso! hehe :- )

    E ah! obrigado por partilhar dos seus pensamentos; não preciso nem pedir que esteja sempre à vontade para fazer isso... Abraços

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  4. Hey hey! Bem que podia vir aviso por email quando tem resposta né? :P

    Bom, suponho que até certo ponto quando nos identificamos mentalmente com um determinado grupo ou tribo, acabamos inconscientemente incorporando características. Creio que na verdade tudo depende da (in) segurança da pessoa.
    Dizem que o inconsciente pode ser nosso maior amigo e nosso pior inimigo... fato real isso. Mas também é incontrolável. E sendo incontrolável, nos resta apenas observar a nós mesmos no que se diz respeito a assimilações ruins - manias etc.

    Hehe... é honesto e cara-de-pau, no melhor sentido, fazer isso ;)

    Obrigada! :)
    Abraços

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