quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Cicloturista em Curitiba: será?

Cocô de pato no parque Tingui :-)
Acordei no domingo e tudo dava voltas. A persiana do meu quarto estava completamente fechada, o que me fez dormir demasiadamente e acordar parecendo que havia bebido todas na noite anterior - ou, pelo menos, com a sensação que eu penso que os outros fiquem quando isso acontece. Dotado, então, do consequente mau humor, recusei todos os convites e tracei um objetivo diferente: peguei a bike, empunhei a câmera e fui ser cicloturista na minha própria cidade!

Na realidade, ainda em Ivaí, o Julinho havia contado uma história sobre ter pedalado com caldo de cana no camelbak. Aquilo despertou um destes desejos de grávidas, que temos de tempos em tempos, e no domingo saí com a missão inicial de tomar um caldo gelado - num parque longe. Saiamos da zona de conforto, afinal de contas!

Parque Tingui
O destino foi o parque Tingui, palco do Circuito Hidra de Corridas Noturnas. 13 quilômetros e dois quase atropelamentos depois, estava eu lá. Comprei um caldo maior e, com o squeeze já pela metade, misturei a água restante com o caldo que sobrara. Quase fui atropelado novamente, e saí sem rumo pela rua...

Parque Tingui
Tenho, na verdade, uma mania levemente retardada quando estou a pé ou de bicicleta... Fato é que de carro é fácil nos perdermos, mas difícil nos acharmos. Isso não ocorre a pé ou de bike; se se perdeu muito, você dá a volta! E outra... se se perdeu, ótimo! Está conhecendo novos lugares, então aproveita e tira foto! Daí, seguindo esta mania, resolvi pegar uma rua que definitivamente não faz parte do meu dia a dia. O resultado foi ótimo!

Dei de cara com uma placa escrita "Ópera de Arame" e "Parque Tanguá", e uma setona pra frente. Fui em frente e mudei o ritmo da minha pedalada... Com um humor melhor, e disposto a testar minha recém-comprada câmera digital dessas "de bolso", resolvi fazer um dia de cicloturista, e ver até onde eu conseguiria ir. Peguei o rumo do Parque Tanguá, e lá fui.

Parque Tanguá
Chegando lá, a primeira decepção. Depois de dar algumas voltas por ruas esquisitas, cheguei na entrada do parque - que não permite acesso de bicicleta, somente a pé. Daí, convenhamos... domingo à tarde não é exatamente um bom dia para andar a pé pelos parques, certo?! Tirei a foto clássica da entrada, guardei a câmera e fui para o próximo!

O destino foi definido pelas placas... Achei legal esta parte! Curitiba é bem sinalizada para os turistas perdidos: na saída de cada parque há placas para os próximos pontos turísticos. E eu, turista perdido, segui esta idéia. Fui parar na Unilivre.

Universidade Livre do Meio Ambiente (UNILIVRE)
A Universidade Livre do Meio Ambiente é um projeto curitibano muito doido, que virou mais atração turística do que universidade propriamente dita! De qualquer forma, o passeio sempre vale. E eu fui!

Alguns "vales" e ladeiras depois, dignos aliás de um trecho de downhill urbano, cheguei! E qual foi a surpresa??? É claro! Ciclistas barrados, só a pé! Tirei foto da entrada. E toquei o barco. A idéia, afinal, era ser cicloturista! Carroturista eu já sou sempre!!

E quando saí da Unilivre não tinha mais placa nenhuma... Peguei um rumo qualquer e segui; saí numa rua, me perdi e encontrei uma placa dizendo "Centro". Eu, como turista, voltaria para o centro da cidade. Foi o que fiz. E aí funcionou!

Mas ainda era cedo, o pedal nem tinha dado 30km ainda e eu queria mais. E tive! No caminho, vi uma placa indicando o Parque Barigui e Santa Felicidade! Fiz a curva e pra lá fui!

Portal de Santa Felicidade
A Manoel Ribas e o portal de Santa, por si só, já formam uma paisagem bacana de se ter na cidade. Apesar do trânsito intenso que eventualmente toma conta do local, é um dos poucos pontos em que você realmente respira um ar diferente ao passar...

E, por ali, enfiei-me nas trilhas ao final do parque Barigui, minha última parada. Aqui teve um ponto de tensão... Muita gente saindo do meio do mato, onde em teoria não se teria nada... Apenas homens, jovens e velhos... Não gostei, não me senti à vontade, e tratei de sair logo daquele trecho... Sem muita coragem também para tirar a câmera e fotografar algo (e também sem muito ângulo, já que passei pelo "outro lado" do parque), saí na BR 277 e toquei para casa.

O chafariz da Arthur Bernardes, que já é paisagem clássica para meus esportes, foi a última visão - mas passou despercebido e também não ganhou foto. E pronto. Foi-se meu dia, com míseros 37km pedalados mas muita diversão!

A conclusão para um cicloturista em Curitiba é a óbvia: deixa a bike em casa e pega a Linha Turismo. Curitiba é muito bem organizada em relação a isso, e o ônibus com abertura em cima não deixa em nada a desejar... Em todos os lugares por onde passei, havia um ônibus da linha também. Sem exceções! Pedalar é legal, mas definitivamente faz um turista ver pouco do que realmente poderia... Abraços, e ponto.

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