sábado, 23 de janeiro de 2010

Inquieto

Acabei de assistir um filme muito, mas muito bom, e não consigo sequer comentar sobre ele. Na realidade, apesar do tempo chuvoso, do crepúsculo e da sensação de missão cumprida, fatores que juntos me fizeram parar na locadora, eu mal e mal estava interessado no que aquele monte de gente presa na tela estava falando. Aliás, falando?! Nem sei se estavam. Não conseguia me concentrar. E o filme passava, e a trama se desenrolava... Foram três horas sem ao menos conseguir me interessar pelo filme. E ele era bom! Sei que era!

Passo a recear que, talvez, eu é que não seja bom o suficiente... Não o suficiente para me esquivar de sentir, ou para mandar em meus pensamentos. De repente, meus pensamentos têm vontade própria, e não demonstram a menor pretensão de devolver o controle a mim. Olho em volta e nada interessa; nada é bom, nada se destaca o suficiente para que eu tenha vontade de parar pra pensar. A comida perdeu o gosto, e passei a comer porque preciso - não porque desejo. Dormir perdeu a graça, e minha cama me olha decepcionada agora.

É como se eu estivesse correndo há tanto tempo que já esqueci do objetivo; estou tão longe que não adianta olhar para trás, e nem tentar lembrar de onde começou. Parece mesmo que abri os olhos e cá estava eu, na situação de não entender nada. De novo.

E minha cabeça não ajuda. Vasculho minhas memórias em busca de respostas, mas quanto mais busco mais dúvidas encontro. Estou perdido. Meu pensamento não quer pensar. ponto.

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