terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O córrego

Pois a tristeza não cessa; não vem e simplesmente pára. Ela vem e continua vindo, feito água de correnteza. E, pensemos nós o que for, aquela água também não vai voltar na direção oposta "algum dia". Só vai continuar a vir, vir, vir... E também não adianta pensar que um dia acaba: tristeza é mesmo como água de nascente; brota do nada, cresce no caminho e não seca por nada no mundo...

E já que não seca, por que não nadamos na mesma direção? Não entendo porque relutamos sempre, e tanto, em fazê-lo. Não há sentido em remar contra, é preciso que se deixe levar. Tristeza é bom também; arrisco dizer que a alegria é que é perigosa, pois acaba nos deixando cegos, enquanto que a tristeza nos deixa mais atento. Deveríamos valorizá-la mais, essa tal tristeza...

Mas não o fazemos. E custamos a entender que tudo possui seu fluxo natural. E esquecemos que a correnteza pode até não ter fim, mas o córrego terá; e, se ao invés de lutarmos contra, simplesmente nos deixássemos levar, chegaríamos provavelmente na foz daquele rio, e encontraríamos a paz que tanto queríamos. Ah, mas remar contra parece ter tanta graça! ponto. ponto. ponto.

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