quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Agora é a vez do queijo

Há muito tempo, em Curitiba, havia um comercial extremamente criativo do festival de teatro. De fato, chamou tanta a nossa atenção na época que ninguém comentava sobre outra coisa. O mistério (pois só depois fomos descobrir o que realmente significava tudo aquilo) era simplório: “o inesperado acontece”. Simples, mas definitivo. Nunca houve um melhor. E foram exatamente estas duas palavras, somadas ao artigo definido, que me vieram à cabeça durante a tarde de segunda-feira.

Eis que estava eu em meu quarto quando começo a ouvir ruídos na cozinha. Eram ruídos estranhos. Afinei os ouvidos e reparei que meu irmão estava no seu quarto, manuseando o violão e alternando frenéticamente entre sertanejos e samba-rocks as músicas que soavam do seu computador. Estranhei. Havia mesmo uma terceira pessoa em casa. Seria uma fada madrinha? Um serial killer? Ou – o impossível – uma pessoa que teria vindo para dar um jeito na louça?

Pois é! O impossível aconteceu. Foi um milagre da natureza, uma voz divina que até eu, descrente, agradeci a Deus! As nossas preces foram atendidas. Poucos minutos depois daqueles barulhos todos, longíquos e ao mesmo tempo reconfortantes, a louça havia completamente sumido. E o melhor: não fora roubada, fora limpa e colocada no seu devido lugar! Fantástico!!

E na terça-feira acordei já em outro ritmo, com a pia limpa e o café por fazer. Tratei logo de preparar a cafeteira, do tipo italiana, e colocá-la no fogo, de modo que o café ficaria pronto em pouco menos de 5 minutos. E o café se seguiu de forma muito aconchegante.

Não precisou, porém, de mais de um dia para que eu percebesse o quão pouco prático é fazer café para um. Seria quase como fazer uma forma de brownie para matar uma pequena larica de domingo à noite – coisa que já fiz também. Mas, voltando ao café, eis que hoje o trabalho todo já não fez mais sentido. Até porque a fada da louça não havia vindo durante a noite, e a cafeteira continuava suja em cima do fogão.

Peguei então o pão caseiro (feito pela mamma) e, sem o menor prendimento, fui tomar nescafé no escritório. A alternativa me pareceu mais sábia – e deu certo!

Com o sucesso do primeiro dia, já arrumei também o que fazer com o quilo e meio de queijo que eu trouxe! Vai para o escritório! É a vez do queijo! Meu nescafé matinal terá um sabor a mais daqui pra frente! E o melhor: a louça de casa tenderá a diminuir.

Sem roupa para lavar, e sem louça para limpar, as coisas começam a caminhar nos eixos por aqui. Preciso agora descobrir um jeito de o meu lençol ser esticado sozinho – pois, ao que parece, estes que usamos são antiquados: não são programados para isso! Abraços, e ponto.

PS.: Hoje, no carro, atentei-me paraa uma situação ridícula enquanto divagava sobre tudo e nada. Escrevi por vezes, neste blog, e conjugado de formas diversas, o verbo hesitar sem o H, e com X no lugar do S. Concluí que, na realidade, minha cabeça há de ser limitada, e há de ter feito confusão com os idiomas estrangeiros e os falsos cognatos que eles oferecem. Não tem explicação, porém, e por isso não perderei meu tempo. Mas deixo registrada a minha vergonha, e meu pedido de desculpas à lingua portuguesa pelo descaso! :- )

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