terça-feira, 22 de dezembro de 2009

É Natal - E você estava na gafieira...

Nem bem tinha eu voltado à mesa e, de repente, a música emudeceu. Os casais passaram a se mover lentamente, as vozes estavam mais graves, e apenas seu salto ecoava pelo salão. A água que me refrescava vazou pelo canto da boca pois meu corpo congelara. As luzes se apagaram, e só você brilhava. E caminhava, livremente, passo após passo. E sorria para alguns, e seu sorriso me afetava, num misto de encanto e ciúme. E, por vezes, você dançava com cara triste, preocupada, desconsolada; e eu queria perguntar o que estava havendo, mas estava longe, e meus pés estavam congelados no chão. Pus-me a te olhar, a noite toda, até que me faltassem opções e desculpas, e eu me forçasse a tirá-la para dançar. E como era leve... Sempre foi fácil, sempre foi leve, sempre foi divertido. Não sei porque, e não tenho certeza de que haja alguma razão nisso - nem hei de procurá-la. Afinal, se a ignorância traz felicidade, elevarei sempre meu grau de ignorância diante de ti, a fim de prolongar esta sensação sublime; e, se um dia não mais conseguir, que tristeza... De certo, neste dia, as estrelas se apagarão, e o samba será bossa nova... E eu sei que ainda não danço o suficiente para te divertir a noite toda. Mas saiba que, se hoje aprendo a dançar, é mesmo pra poder, um dia, te dar de volta um pouco do que você, mesmo sem querer, me força a viver. ponto. ponto. ponto.

Um comentário:

  1. Como é gostoso me emocionar com você... Sua alma é tão especial... Amo acompanhar você. Pena que precisa ser pelo blog. Mesmo assim é muito, muito bom!
    Beijo!!!!!

    ResponderExcluir