sexta-feira, 30 de abril de 2010

Faltou

Parei,
respirei,
pensei
e m'intriguei.

Pois não me faltavam alegrias,
ou dinheiro,
ou amigos.

Faltava-me a cama quente
naquela noite fria,
o som do silêncio
no barulho do dia,
o banho escuro
sob a lua que se enchia,
e a voz suave
no ouvido que já não ouvia.

o jeito sexy na festa culta,
a porta batendo no dia sem vento,
a revolta incrédula porque não ocorria.

faltava o brilho,
faltava o contraste,
faltavam as cores,
e faltava o dedo certo, no acorde certo.

faltava o tom, faltava o dom,
faltava a harmonia e também seu toque bom.
faltava a voz, que já se omitia,
e o vinho seco, que seu beijo molharia.

ponto.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

200 por hora

É impressionante o ritmo em que conseguimos chegar se nos deixarmos... Agora universitário, fora empresário, voador e teimoso corredor de rua, meu corpo parece cada vez mais se viciar nesse ritmo frenético que já havia abandonado outrora. Durmo tenso, acordo tenso, voo tenso, corro tenso... A tensão me persegue; sinto-a empreguinada no meu corpo, correndo pelas minhas veias e sendo expelida nas entrelinhas das minhas falas.

E o pior é que sei onde isso vai chegar, e não consigo impedir. Estou ligeiramente preocupado. Pela primeira vez, em anos, estou preocupado com a minha preocupação. Meu corpo está cansado, cansado mesmo. Sinto ele reclamar, mas não quero dar-lhe a trégua.

E pra compensar, um feriado que começou ensolarado terminou num dia cinzento e medonho. Dois pregos marcaram a ida pra cordilheira, cujo vídeo ficará guardado para futura referência; um baile muito legal no 7 e 8 agitou um pouco o fim do dia, que acabou sonolento e serviu de (des)ânimo para acordar "bem" na quinta-feira com cara de segunda-feira... Falando sério. Da próxima vez que algum lazarento for encabeçar alguma inconfidência, faça isso de forma que seja feriado no dia da semana, não no dia do mês. Que nem a Igreja, que bota feriado na quinta ou sexta-feira. Essa coisa de dia fixo não dá! Po, feriado na quarta judiou demais!

Aliás, falar em dia 21/abril, véspera do descobrimento do Brasil (até rima!)... Por que diabos o dia 22 também não é feriado?! Abraços pesados, e ponto.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Diferente? Mesmo?!

Estive pensando sobre essa coisa de comportamento em grupo. Na verdade, estive reparando - ultimamente até demais - nos grupos por aí. Adolescentes, jovens, adultos... Você já reparou que as pessoas estão cada vez mais parecidas? Hoje no almoço, por exemplo, havia um grupo na mesa ao lado; você não sabia distinguir nem o sexo de cada um. Cabelos, tênis, roupas, formas de rir, piadas, caretas... Tudo era igual! E fiquei pensando... será que eles se encontraram por ser iguais, ou se "modificaram" para sê-lo?

Pois se há algo inquestionável é que ter amigos é essencial para a "sobrevivência". Na adolescência, multiplique-se isso por 10. Na vida adulta, ao que me parece, cada amigo representa um passo mais longe do abismo da depressão. Mas será que somos amigos por interesses em comum mesmo? Será que não nos omitimos, naturalmente, para nos encaixarmos num grupo que consideramos interessante?

Se isso for tido como verdade, podemos então pensar que não estamos olhando para pessoas quando as enxergamos, mas sim para um compartilhamento de características de várias pessoas; seria como pegar cinco pessoas, colocá-las no liquidificador e retirar outras cinco, misturadas e semelhantes. Afinal, "ser diferente" está muito fácil agora (se comparado a décadas atrás). Antes, você não tinha como ser diferente porque você nem sabia que isso era possível! Hoje, porém, você acorda e pensa que Hendrix é o cara mais legal do mundo; muda o cabelo, usa roupas diferentes, e a cópia está feita! Alguém gosta disso e resolve ser seu amigo; para isso, se omitirá do cabelo que gostava antes, comparará novas roupas, e passará a agir como você. E, assim, forma-se o grupo dos Handrix-like. Seguiu mais ou menos?!

Se não seguiu, tudo bem; são só pensamentos soltos que eu queria compartilhar. É que achei interessante pensar que poderíamos ser exatamente a pessoa que estamos julgando mal, que estamos tendo pré-conceito. Dificilmente nos olhamos de fora, pensando que, talvez, só talvez, seríamos pessoas bem diferentes se estivéssemos em outra realidade social, inserido em outro grupo.

A verdade é que perdemos a identidade; não sabemos mais como ser nós mesmos. Eu, pelo menos, preciso assumir: me tornei uma mistura de muitas das características que já li ou vi algo a respeito; e isso inclui músicos, milionários e empresários bem-sucedidos, familiares, amigos e até personagens de livros. Mas, afinal, já disseram outrora: a cópia é o melhor elogio. Eu copio mesmo! Abraços, e ponto.

domingo, 11 de abril de 2010

Vou te contar...

Os pilares convergentes, pintados de branco, encontravam-se no teto a muitos metros acima de nossas cabeças. Ao redor, paredes brancas e vidros, transparentes, emoldurados com madeira - tal qual o forro acima de nós. Não haviam mosaicos, apenas vidros quadrados dispostos de forma moderna. Três grandes lustres, presos à viga central do teto, desciam até o corredor onde a daminha, delicadamente, deixava pétalas de rosas. A noiva passaria ali poucos segundos depois. Os olhares eram alegres e ansiosos, e levemente encolhidos por conta do frio. Os vestidos brilhavam pouco, muitas vezes cobertos por um casaco que seria retirado mais tarde, na recepção. E a beleza de algumas mulheres transcendia seus corpos temporariamente escondidos, e irradiava pelo lugar sem pudor ou limites. Mas a alegria ultrapassava os valores da sensualidade de outrem, e a energia gerada era da mais pura e bela alegria. Mais um amigo se casava!

Sem dúvida nenhuma, foi o noivo mais tranquilo que já conheci. Abordando-me na porta da igreja, conversamos como se estivéssemos num evento qualquer. Rio de Janeiro, Aruba, voo livre, camisa e gravata rosa, e outros assuntos que definitivamente nem vêm à cabeça de um noivo comum. Num comentário pra lá de sincero entre eu e algumas primas dele, concluímos que a tranquilidade dele se dava pela falta de consciência do que ele estava fazendo. :- )

Brincadeiras à parte, casamentos são sempre muito legais. Há uma energia sublime nestes eventos, algo que, de fato, me causa a impressão de que não seria preciso mais nada além de todo aquele sentimento bom para que a felicidade estivesse garantida! Seja verdade ou não, e seja cristão ou não, devo reconhecer: tenho uma pontinha de inveja de toda a felicidade que vejo, em meus amigos, por ter encontrado a sua garota. Faz-me pensar que o Tom estava certo quando escreveu Wave... Abraços, e ponto.

domingo, 4 de abril de 2010

Em Tibagi teve festa? Teve, sim senhor!

Sexta-feira santa (certo?!) foi o dia da saída. Malas no porta-malas e previsão do tempo animadora, tocamos em direção a Tibagi, interior do Paraná, para pelo menos dois dias de muito voo e muitas risadas. Bem, as risadas vieram, mas o voo meio que decepcionou. Ainda assim, fizemos muita coisa!



Comemos muito, jogamos bocha, jogamos pingue-pongue, jogamos presidente no baralho, vimos TV, teve Galo Véio no divã (com Leilão entrevistando), palavras-cruzadas em grupo, vinho, bon gouter, feijoada, sorvete bom, sorvete ruim (mas ruim MESMO!), barraca, confusão de quarto, volei de areia, corrida no asfalto, dedo no nariz alheio, portada de porta-malas na cabeça, 20km de erro de trajeto, prego, 300m acima da rampa, foto de Tibagi selvagem, filmagem de decolagens chalabadus, foto de voo, foto sem voo, pousada super aconchegante, chuva na barraca, barraca sem chuva, menino que só caga se for no chão, pedágio com moedas de 10 e 25 centavos, biscoito Jonkers, café da manhã com uma vista looonge, mensagens inesperadas, mensagens esperadas, astral 100%, astral baixo, tensão, ansiedade, reviravolta, sonhos, pesadelos, trabalho de economia, ovo de páscoa do pedágio e muito, muito mais! Mas ah, se desse pra resumir tudo em palavras... Abraços, e até a próxima!

sábado, 3 de abril de 2010

Meu pensamento não quer pensar

Ninguém disse que seria fácil. Mas ninguém disse algo certo, pelo que me lembre, sobre essa coisa de amar. E eu, num estado civil voltado à abstinência amorosa, de repente descubro uma “falha no sistema”. Sem qualquer pretensão, aos poucos sou tomado por uma sensação nova, diferente, e cheia de receios. Tenho medo, tenho mesmo medo. Mas é um medo diferente...


Há quem fale que eu devia arriscar mais. De repente, arrisquei muito. E agora me perdi. Não sei o que faço; estou inseguro sobre a pureza do ar que respiro, não tenho mais certeza da razão do meu bom humor. Meu amor tem nome, mas não tenho certeza do nome dela. Estou perdido.

E, perdido, fico ainda mais perdido, como um poço que cavo sem deixar alças ou agarras. Vejo o buraco aumentar, e não consigo segurar meus braços. Minha cabeça tenta, mas meu corpo não responde. Ele só faz cavar, cavar, cavar, em círculos perfeitos e cada vez mais rápido.

Estou com frio, e meu cobertor já tem nome. Resta saber se ele quererá me esquentar... ponto.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Feliz Páscoa!

...mas se não der pra rir da piada, ria de qualquer coisa outra mesmo!

E bom feriado pra nós! O destino é Tibagi, o objetivo é muito voo e muita bagunça entre amigos!! Depois eu conto...

E ah! Hoje tem Zamba Groove no Ambiental. Samba-rock a noite toda!! Abraços, e ponto.