domingo, 27 de junho de 2010

Lua cheia, vinho e fogueira! E, claro, a Cordilheira!

São muitas as paisagens que me marcam a memória, mas são poucas as que surtem o mesmo efeito que a lua cheia surgindo lá no "Santana de cima", o morro mais alto da Cordilheira do Santana - onde comecei a voar. E neste fim de semana, sugestivamente, foi marcada a festa junina do clube. É claro que eu não poderia deixar de ir. E quê divertido foi!

Chegamos lá no sábado à tarde; durante o dia tinha dado pouco voo, mas ainda rendeu um preguinho no mesmo dia. Lemba da minha troca de linhas do parapente? Então, ela não só funcionou como deu muita diferença! Mudou completamente o voo... Eu realmente não esperava. A vela está mais ágil, mais arisca, e muito, muito mais divertida!

E à noite tivemos nossa festa. Todos combinamos de levar alguma coisa, e o resultado foi uma abundância de comida, bebida e alegria. A Mari ainda estava de aniversário, e levou um bolo fantástico. Como não podia faltar a fogueira, sentamos à volta dela para admirar a lua, o vinho e dar algumas risadas bestas entre amigos. Afinal, um pouco de alegria não faz mal à ninguém.

Depois de algumas aventuras, resolvemos que a fogueira devia ser pulada. Em princípio ela parecia já menor, e por isso foi uma ótima ideia. Tirei minha blusa e jaqueta de nylon e resolvemos pular. O Raffa Cabelo foi o primeiro, e eu fui na sua cola. É engraçado. Visto de fora não parece muito. Ao pular a fogueira, dá tempo de olhar a fogueira, a fumaça, o fogo, a sua vida inteira, e cair. Quando caímos do outro lado, demos risada e o comentário foi "orra... não esperava tanto!". Literalmente deu tempo de pensar. Atos bobos que nos fazem voltar a ser crianças, mas e daí?!

O fato é que a cordi jamais perdera seu encanto. Comecei a voar lá, e é um lugar fantástico pra mim. É inevitável dar risadas por lá, todos são descompromissados com o voo. Eu gosto de ambientes competitivos, mas também gosto muito de estar num ambiente em que todos só se importam com o próprio voo, e com a diversão que é estarem todos lá no céu ao mesmo tempo. Pra mim, o fim de semana foi repleto de coisas boas. E o gás pra começar a semana não poderia ser melhor! Abraços, e ponto.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ah...

A lua estava mesmo cheia, mas se apagou agora. Olho ao redor e vejo um breu. Não há ninguém na rua, posso sentir. Ando e não ouço sequer meus próprios passos. Tirou-me o chão ao se afastar mas, ao invés de cair, voei. Estou leve, calmo, bem. Ficar acordado, hoje, valeu a pena. Você também fez minha noite valer mesmo a pena. Mas - é pena: foi só por uma noite. Na vida real, bem... da minha vida real, você não é parte. Que pena... ponto.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Voltando às corridas

Eu já tinha falado no Circuito da Lua Cheia de corridas de rua neste blog, e por isso ela dispensa novos elogios. Mas nesta terça-feira, meu dia de "folga" da faculdade, a corrida teve um caráter festivo. Comemoramos os 5 anos da comunidade de Corredores de Rua de Curitiba, um grupo de amigos e parceiros que começou tal como todo mundo começa a correr: devagar, e um passo de cada vez, e de repente a comunidade já junto mais de 2000 simpatizantes.

Eu entrei lá em 2006, quando ainda timidamente fizemos o primeiro encontro, e depois vieram as camisetas, a tenda, e por aí foi. Hoje o grupo já ganhou força o suficiente para carregar 60 pessoas numa noite extremamente fria para dentro do Parque Tingui, a fim de correr pouco menos de 9km e festar. E que festa!

Correr à noite é muito legal. Hoje corri novamente, desta vez quase 12km, fechando quase 30km na semana. Aos poucos retorno ao meu volume de treinos, e ainda mais devagar vou forçando meu ritmo para voltar ao que  corria antes. Devagar, mas ainda assim andando. Ou melhor, correndo! E neste clima sem muita inspiração, e sem muita pretensão, acompanhado de um bom vinho e de boa música, deixo meu abraço, e meu ponto.

terça-feira, 15 de junho de 2010

E a semana tá indo!

Desde que me converti de anônimo para blogueiro anônimo, se isso pode ser considerado um adjetivo, escrevo sobre o dia dos namorados. Impreterivelmente todo ano faço uma crítica, destrutiva ou simpática, sobre o tal do dia. Então resolvi mudar! Este ano não vou falar nada dele! :D

- O pessoal está marcando a 2a. edição do Pedal Fodax, que foi o ato estreante deste blog. Até parece que vou perder! Desta vez será "só" até Ponta Grossa, mas os caras foram criativos e conseguiram os mesmos 130km pela mesma estrada. Bacana hein?! O perfil altimétrico já revela que a viagem será deliciosa - como foi a outra.

- Quinta-feira começa minha semana de provas na faculdade. Ah, esta vida de universitário...

- Hoje teve a copa. Vi todos os gols - todos - no replay. Eu já fui mais animado pra ver 22 homens correndo atrás de uma bola... Vou confessar que já fui mais animado...

- Fui correr logo depois da copa. Ah, essa parte do dia foi boa!

E eu continuo no mesmo esquema... E ponto.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Troca as linhas do parapente, troca...

Com a previsão nojenta e uns 350 metros de linha ensacados na minha escrivaninha, decidi: quinta-feira seria o dia D; o dia em que eu trocaria as linhas do meu parapente. Ah, decisão boa...

Acordei animado às 8h30, em pleno feriado, e nem me distraí com nada. Tomei um café, empunhei a mochila e fui ao salão de festas do prédio, o local onde tem espaço para tal serviço.

Organizei as linhas em cima do balcão, abri metade do parapente, empunhei a fita crepe e a canetinha e comecei a etiquetar todas as linhas da galeria. Pra quem não sabe o que é galeria, é mais ou menos assim... Do parapente mesmo, saem 3 linhas do tirante A, 3 do tirante B, 4 do tirante C e 2 do tirante D (isso no meu, é claro). Em determinado ponto (uns 5 metros pra cima), estas começam a se dividir; uma do A vira duas, e depois cada uma dessas viram mais duas. Todas estas divisões são as linhas que eu tive que trocar. Numa conta rápida e relaxada, isso deve ter dado algo perto de 80 linhas. De cada lado.

Acontece que, por idéia do meu amigo e piloto Ronnie (e é claro que, eu tendo aceitado, a culpa é minha e não dele), eu resolvi guardar as linhas que tiraria do parapente. Afinal, por mais que tivesse havido o recall, as linhas estariam boas! Legal... então, comecei a etiquetá-las e retirá-las uma a uma.

Elas são presas entre si não por nós de sapato, ou cegos... Elas são encaixadas... Então, dá trabalho mas não é nenhum esforço. O problema é que REALMENTE dá trabalho... Demorei nada menos do que 5 horas e 30 para fazer o primeiro lado. Isso mesmo! Fui almoçar com 3 horas de serviço e voltei para mais 2 horas e 30 antes de acabar o primeiro lado.

Nesta hora, já estava exausto e tomei uma decisão. Não guardaria as linhas do segundo lado. Voltei até em casa e peguei uma tesoura... Abri o outro lado e tasquei-lhe as lâminas. Meu... Pensa numa dor no coração. Na boa... a cada linha cortada, parecia que um urso Panda estava morrendo. Foi um desespero muito ridículo! haha

Mas, no fim das contas, terminei o segundo lado em 2 horas e 30. Sem dúvida, foi uma decisão muito sábia a do corte...


E é isso. Na quinta-feira, acabei o dia com uma dor nas costas tremenda, por ter ficado sobre o parapente o dia todo. Também, quando fui falar com meu pai, não consegui falar direito... Minha língua parecia estar presa, como quem não a tivesse usado por muito tempo (um dia?!). Foi engraçado... Mas bom, agora, de linhas novas, resta saber se o parapente vai continuar voando. Aliás, resta torcer! Porque só vou saber disso quando estiver debaixo dele rs... Abraços, e ponto.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O SIV melhorou meu voo?

Desde que comecei a voar, uma coisa sempre foi unânime: todos têm uma opinião muito forte sobre fazer ou não fazer um SIV. Quem já o fez tem uma opinião extremamente favorável, e quem nunca fez tem milhares e milhares de argumentos para não fazê-lo. E eu, que nunca achei necessário mas sempre considerei interessante, me obriguei a fazê-lo para cumprir as exigências da ABP para o nível 3 e habilitação para voo duplo. E não é que eu gostei?!

Bom, na realidade, o vídeo de uns posts atrás já deixou bem claro o que eu achei da brincadeira. Mas resolvi fazer um texto um pouco mais voltado para as minhas impressões técnicas sobre o que o SIV representou pra mim e para o meu voo...

Em primeiro lugar, para a decepção geral dos fãs de SIV, não acho que o SIV vai melhorar meu voo. Aliás, tenho certeza de que não passarei, agora, a enfrentar condições mais turbulentas do que já enfrentaria antes. Ok, talvez minha pequena mas existente vivência em campeonatos tenha feito com que eu já tivesse entendido o que a turbulência tem a me "oferecer", e se eu tenho ou não culhões para enfrentá-la. Não importa. Reforço o ponto: não fiquei "mais macho" do que já era.

Isso porque não acho que o SIV vá ajudar meus reflexos. O próprio Kurt parece reconhecer isso quando mudou o nome do exercício de "colapso assimétrico" para "passeio a meia vela" (aqui estou supondo!). A diferença, sutil, existe: não estamos simulando um colapso, estamos vendo que o parapente voa meio fechado (literalmente meio, metade). Isso significa que você PODE controlá-lo quando tomar uma fechada; não quer dizer que vá ter este controle quando isso acontecer de verdade. Apesar da sutileza aparente, tenho para mim que há uma diferença enorme entre fechar a metade do parapente, e controlar a parte aberta, e "ter a metade do parapente" fechada. Nesta segunda condição, você eventualmente não estará preparado, e se a reação não for instintiva você poderá entrar em giro antes mesmo de lembrar o que fazer com o lado aberto. Daí, tenho pra mim que nosso corpo é quem deve estar condicionado a reagir ao parapente, e não simplesmente nossa cabeça. E o SIV está longe de proporcionar tal treinamento, uma vez que os exercícios são muito rápidos (a cada decolagem é uma nova brincadeira)!

Daí, pego o gancho de onde quero chegar. O SIV, pra mim, foi muito, mas muito bom, do ponto de vista técnico. Pude experimentar muito do que já tinha lido, e muito do que já tinha imaginado, a respeito do voo do parapente. Como ele fecha, como ele abre, como ele se comporta, e como ele não se comporta. Mas veja bem: estou falando que entendi, não que o senti. O que foi aprimorado, no SIV, foi a minha cabeça, não meu corpo. Aqui, então, fecho meu ponto do parágrafo anterior: não fiquei "mais safo" por ter feito um SIV; o que aconteceu foi que eu entendi melhor o que eu posso ou não fazer com meu parapente, e isso certamente melhorará meu voo.

Deveras, voltei de lá mais confiante mesmo. Falando um pouco do que rolou, os exercícios de espiral e derrapagem agregaram muito em termos de pilotagem, por ajudar a entender os limites do meu corpo (naquele) e do parapente (neste). Controlar a força G e fazer o parapente realmente encaixar as bocas para baixo era algo que eu sempre tive medo de fazer, por me sentir tonto ou desnorteado logo no começo da espiral. No SIV, porém, ganhamos estranhamente uma confiança para ir mais longe, e mais longe fui, e percebi que o problema da espiral é a ACELERAÇÃO da força G, e não a força em si. Uma vez encaixada, você passa a "viver" normalmente...

Na derrapagem, por outro lado, pude perceber que, no caso do meu parapente (um UP Summit XC), posso fazer 180º de curva sem estolá-lo, e que a negativa é só depois disso. Foi muito interessante ver aquela reação, e ver que o limite que posso chegar numa curva mais fechada.

Para fechar o SIV, insisti pelo full stall (e fiz!). O full é uma sensação muito legal, principalmente por ser muito mais amedrontador visto de fora. Como o Kurt falou, este não agrega nada na pilotagem, mas o "quase flyback" que eu fiz na segunda fez que executei a manobra foi interessante, me deu um pouco mais de mão e de confiança na pilotagem. Já tinha ouvido e lido sobre o flyback ser um "reset" para a "cascata de colapsos", e sinto agora que pode ser abordagem interessante, quando estiver alto e tomar muita porrada (mas muita mesmo!) mandar um full e flyback. Não sei, também, se um dia chegarei a precisar disso... Espero que não - ou espero que sim, isso depende do ponto de vista rs...

Enfim, é isso. O que quero dizer, no fim das contas, é que o SIV, pra mim (e talvez para outros), foi uma ferramenta fantástica para "desmistificar" muita coisa, e agregar no meu CONHECIMENTO do parapente e do seu voo. Não acho que seja um curso do qual saímos VOANDO melhor; mas acho, com certeza, que é um curso para ENTENDERMOS melhor essa coisa de voar e, assim, aprimorar nossos sentidos (e, por que não, instintos). Mas é claro que esta é minha opinião, bem particular e bem pessoal, e muitos irão discordar. E se este for o caso, o espaço para comentários neste blog não exige nem assinatura. Pode xingar à vontade! :- ) Um abraço, e ponto.

sábado, 5 de junho de 2010

Que mané frio, que nada!

Para os que moram em Curitiba/PR, como quem aqui vos escreve, acostumar-se com o mau tempo é uma tendência natural. E não é que o sol nunca apareça: na realidade, tenho quase certeza que sou eu quem não acorda cedo o suficiente para vê-lo. É que assim... Diz-se que aqui as quatro estações do ano acontecem no mesmo dia. Eu, particularmente, só tenho presenciado três: o outono, com vento forte, o inverno, com um frio desgraçado, e o fim da primavera, com o sol de 30 minutos e as chuvas de 3 horas.

Mas hoje, dia seguinte a uma chuva de uns 30mm, amanheceu sol. Isso mesmo, sol! Céu azul, com formações lindas, um vento sudoeste com rajadas de uns 35-40km/h, e sol! E eu, ignorando a parte do frio, fui pra praça correr. Pensa numa corrida!

Na realidade, quando se está de bermuda e uma blusa fina, de braços cruzados e caminhando em direção à praça, muitas pessoas te olham torto. Aí tem-se uma tendência perigosa de se acreditar que se está no lugar errado. Dá até vontade de voltar!

Mas a vontade foi anulada quando, ao chegar na praça, uma mãe corria e empurrava o carrinho da criança, que se divertia à beça achando que estava em alta velocidade. Sorri, me alonguei, e fui pro treino. Ah, o sol. Ele devia aparecer por aqui mais vezes... Abraços, um bom fim de semana para nós, e ponto.