Mas daí, começam as necessidades... Descobrimos que não se pode ter muito (e nem fazer muito) se não trabalhamos - pois precisamos de dinheiro pra tudo! -, então começamos a trabalhar. Daí, descobrimos que não é possível fazer tudo o que queríamos, pois o trabalho não nos deixa tempo para aquilo. Se antes não podíamos fazer nada por falta de dinheiro, agora o problema é tempo!
Compramos então uma televisão. A televisão é legal, ela nos faz ver o mundo inteiro em menos de uma hora por dia. Não precisamos mais ir viajar, podemos sentar as nossas bundas no sofá e ficar admirando a África; quando cansamos, bastam dois botões e já estamos vendo os Estados Unidos; e - o melhor -: com mais dois botões estamos no meio da guerra de algum país!
Daí suprimos a necessidade de ver novidades. Não precisamos mais sair de casa, e ainda assim temos assunto para falar. Então vem outro problema: fica até difícil arrumar alguém pra conversar sobre tanta coisa que você "sabe"!! Claro, não é que você tenha presenciado qualquer uma delas. Mas você viu - de fato - todas! E ninguém viu também, então temos dinheiro e tempo para termos amigos, mas não temos assunto pra falar com eles...
Recorremos então para o conforto dos programas populares. Novelas, big brothers e afins, programas que, apesar de não nos acrescentar muito, nos distraem e nos fazem ter assunto para participar daquelas rodas de amigos no trabalho. E ufa, estamos salvos... Agora, já podemos nos interar com o pessoal do trabalho, e sair com eles também no fim de semana...
É claro que, dentro deste ciclo confortável, nos esquecemos de todos os nossos princípios de antes. Trocamos sonhos de conhecer o mundo por uma televisão de 42'', e as aventuras de fim de semana por discussões calorosas sobre o paredão do big brother ou a morte do Michael Jackson. Mas, afinal... todos os nossos vizinhos, amigos, parentes e colegas de trabalho fazem isso, todos são assim... Por que seríamos nós diferentes?
- Aliás, tem um vizinho meu que é meio doido. Todo fim de semana ele está pra lá e pra cá aprontando alguma, não pára quieto aquele menino... Não sei o que tem na cabeça, mas sei que na cueca deve ter pulga pra ser tão agitado assim! Eita guri que vive...
ponto.
Esquisito isso né? Me fez pensar... Melhorou, tudo nota 10? Abração amigo!!
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