sábado, 18 de julho de 2009

(In)comum

Viver... viver devia ser fácil. Bastaria um pouco de alegria, um bocado de carinho, umas três refeições no dia e alguns minutos de exercício físico. E viveríamos felizes até morrermos. Ou vá dizer que faltaria algo?

Mas daí, começam as necessidades... Descobrimos que não se pode ter muito (e nem fazer muito) se não trabalhamos - pois precisamos de dinheiro pra tudo! -, então começamos a trabalhar. Daí, descobrimos que não é possível fazer tudo o que queríamos, pois o trabalho não nos deixa tempo para aquilo. Se antes não podíamos fazer nada por falta de dinheiro, agora o problema é tempo!

Compramos então uma televisão. A televisão é legal, ela nos faz ver o mundo inteiro em menos de uma hora por dia. Não precisamos mais ir viajar, podemos sentar as nossas bundas no sofá e ficar admirando a África; quando cansamos, bastam dois botões e já estamos vendo os Estados Unidos; e - o melhor -: com mais dois botões estamos no meio da guerra de algum país!

Daí suprimos a necessidade de ver novidades. Não precisamos mais sair de casa, e ainda assim temos assunto para falar. Então vem outro problema: fica até difícil arrumar alguém pra conversar sobre tanta coisa que você "sabe"!! Claro, não é que você tenha presenciado qualquer uma delas. Mas você viu - de fato - todas! E ninguém viu também, então temos dinheiro e tempo para termos amigos, mas não temos assunto pra falar com eles...

Recorremos então para o conforto dos programas populares. Novelas, big brothers e afins, programas que, apesar de não nos acrescentar muito, nos distraem e nos fazem ter assunto para participar daquelas rodas de amigos no trabalho. E ufa, estamos salvos... Agora, já podemos nos interar com o pessoal do trabalho, e sair com eles também no fim de semana...

É claro que, dentro deste ciclo confortável, nos esquecemos de todos os nossos princípios de antes. Trocamos sonhos de conhecer o mundo por uma televisão de 42'', e as aventuras de fim de semana por discussões calorosas sobre o paredão do big brother ou a morte do Michael Jackson. Mas, afinal... todos os nossos vizinhos, amigos, parentes e colegas de trabalho fazem isso, todos são assim... Por que seríamos nós diferentes?

- Aliás, tem um vizinho meu que é meio doido. Todo fim de semana ele está pra lá e pra cá aprontando alguma, não pára quieto aquele menino... Não sei o que tem na cabeça, mas sei que na cueca deve ter pulga pra ser tão agitado assim! Eita guri que vive...

ponto.

Um comentário:

  1. Esquisito isso né? Me fez pensar... Melhorou, tudo nota 10? Abração amigo!!

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