sábado, 11 de julho de 2009

Terceira e longa noite

A noite de hoje foi, talvez, a pior noite que já passei na minha vida. Estou me sentindo como Lucy Westenra (do Dracula), que de dia estava muito bem mas, à noite, vinha o Dracula e roubava o seu sangue. O Dracula está para Lucy como eu estou para esta gripe - ou seja lá o que for. Ela vem à noite e rouba todo meu progresso.

Hoje, porém, acordei sem febre. Isso mesmo. Medi três vezes pra ter certeza da medição abaixo de 36 que estava dando. Estou feliz! E vou tentar descrever bem detalhadamente o que passei, para que quem ler possa entender, e para que eu possa relembrar se eu sobreviver a isso (haha) :-)

Importante: se ninguém tiver paciência pra ler, tudo bem. O registro vai servir pra mim do mesmo jeito... Mas, nestes casos, vou deixar registrado aqui algo meio piegas, mas dane-se os que julgam! hehe.. Ontem continuei recebendo muita força de muita gente, e acho mesmo que essa coisa de "Patch Adams" (de que pacientes que dão risada saram mais rápido) tem algum fundamento... Ontem dei algumas boas risadas com e-mails e telefonemas, e sem dúvida me injetaram uma energia muito, muito boa! Mas vamos ao que "interessa" (pra quem??)...

Eram 23h30 quando fui dormir. Tomei adiantado o Tylenol da meia-noite e me deitei, com 38o.C de febre. Meus pais ficaram preocupados com esta febre que não passa - como se eu já não estivesse. E lá fiquei, tentando procurar uma posição que ficasse boa...

Vira pra cá, vira pra lá, ajeita o braço, encolhe as pernas, estica as pernas... e abri os olhos novamente. Era 1h. Meu estômago roncava, e eu estava encolhido na cama. Passei uns 3 minutos tentando decidir entre a fome e a minha cama, e optei por saciar a fome. Enrolei-me nas cobertas, feito estes peruanos que andam de cobertor pelas ruas (como a gente vê na televisão hehe), e fui até a cozinha. Comi um pedaço de torta, escovei novamente os dentes e voltei para minha cama.

Quando deitei, porém, notei que havia perdido completamente o sono. Eram quase 1h20 e eu estava lá, de olhão arregalado e barriga pra cima. Na falta do que fazer, botei a minha criatividade (que é enorme) em prática!

A primeira coisa que fiz foi medir a febre. Já virou passatempo. Quando dá uma brecha, lá vou eu pegar o termômetro. Ajuda a manter os pés no chão quando eu acho que estou melhorando... Mas o pior é que, desta vez, o resultado não era negativo! Deu 37o.C. Isso mesmo, havia baixado 1o.C. Muito legal! Eu já estava até deixando de sentir frio. Acho mesmo que após 3 dias com 38o.C no corpo, você nem lembra mais que sua temperatura normal é bem abaixo disso!

Bom, com aquela alegria incontrolável, deitei novamente a cabeça no travesseiro... Olhei em volta. Minto, fingi que olhei em volta. Eu sou míope. Imagine um míope num breu. Eu não conseguia enxergar nem meu corpo, quem dirá algo em volta!!

Mas vi uma luzinha piscando. Meu celular. Meu mísero, gameless celular. Fui lá procurar algo pra passar meu tempo nele...

O desgraçado tem dois jogos - laaazarento de chatos. Um se chama Bubble Breaker, e outro Paciência (isso mesmo, o jogo de Windows preferido das secretárias dos anos 90, que todo mundo jogava no 386).

O Bubble Breaker foi a primeira vítima; ele é fácil. Tem um monte de bolinhas coloridas na tela. Se duas ou mais da mesma cor estão lado-a-lado, você aperta nelas, elas explodem e você ganha pontos. Parece ridículo? Beleza, então me expressei bem!! Enfim... Joguei este até bater meu record. Isso aconteceu na segunda partida. Daí perdeu a graça e fui pro Paciência...

Aqui já passava de 1h27.

Paciência, aliás, não devia se chamar assim. Devia se chamar "enraiveça". Eu quase mandei meu celular passar a noite na chuva ontem! Apertei "novo jogo" e fui, todo feliz, colocar meus dotes em prática. Empilhando as cartas, descobrindo novas, desenhando estratégias de conquista nunca vistas antes, "este é melhor que vá aqui", "você espera um pouco que agora é a vez desta pilha", enfim, jogadas de deixar qualquer secretária com muita inveja!! Fora a velocidade de jogo! Nem bem eu arrastava uma carta para outra pilha e já estava lá na "original", clicando para virar a próxima carta. Eu estava muito bem treinado, parecia que fazia aquilo há anos!!

Mas qual não foi minha surpresa ao ficar sem saída no jogo. E não foi uma, nem duas, mas três, três vezes consecutivas. Não havia saída, o jogo estava trancado e nada se podia fazer. Ou seja... Não importa o quão rápido você nade; não há qualquer garantia de que haverá uma praia no final das contas. Puto da cara, resolvi abandonar meu celular antes que eu fizesse alguma coisa de ruim pra ele.

(Aqui o relógio já marcava 1h33.)

Quando o deixei no chão, porém, percebi que ele iluminava muito bem o teto. Mesmo sem óculos eu conseguia enxergar o teto do meu quarto!! Aqui, provavelmente, foi o ponto mais "alto" do meu estado atual ("doente"). Peguei meu celular, apontei ele pro teto e fiquei fazendo voltas com ele, no sentindo anti-horário, e vendo a luz lá no teto. Fiz umas 7 voltas até perceber que o que eu fazia era doente demais pra que eu continuasse. Aí parei.

(1h36 +-.)

Ainda sobre meu celular (pensa numa coisa que me distraiu!!), ele tem uma luz verde que pisca de tempos em tempos pra dizer que está com sinal. Veja que interessante (uh!). Olhando pro teto, num ponto acima de mim, percebi que a luz estava quase no final do meu campo de visão (na parte de baixo). Porém, quando eu olhava direto para a luz (não olhe pra luz! não olhe pra luz! ?), a luz sumia. E quando eu colocava o óculos, a luz estava lá.

Neste perdi bem uns 5 minutos, mudando o ângulo com o qual eu olhava pro ponto onde estava a luz e tentando ver se eu a enxergaria.

Por fim, cansei de tentar me distrair e tentei forçar o sono. Deu certo...

A próxima vez que acordei foi às 3h30, encharcado. Parecia mesmo que a chuva lá de fora tinha caído em mim, de balde. Calmamente levantei e troquei meus lençóis e fronha. Voltei a dormir.

E, às 8h30, acordei quase me afogando novamente. Mas, desta vez, não troquei o lençol: levantei. E medi a febre, pra não perder o costume. Abaixo de 36. Ah, sim, eu já disse isso. Mas é que nem filme, sabe?! O filme começa um pouco antes do desfecho, daí ele volta do começo, repete a parte do início e termina. Aqui é igual. Entendeu? Então, sim, agora vem o fim (finalmente!!).

Fim.

...

Daí, só pra não perder o costume, a frase de hoje fica por conta de um cliente, que até agora tento entender se me apoiava ou tirava sarro de mim!
- Ah, mas a gripe suína nem é o problema, esta sara. O problema é o espírito de porco que fica!!

hehe... Abraços, e ponto.

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